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A saúde é um direito, a luta contra a respeitar é um dever

De Italia à Beira o serviço de transporte de emergência

Foram apresentados hoje em Veneza os dados do projeto realizado por Médicos com África CUAMM em parceria com Região Vêneto e com o apoio financeiro da Agência Italiana de Cooperação para o Desenvolvimento, evidenciando um grande trabalho de equipa e um compromisso destinado a se expandir.

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    Foram apresentados hoje, entre Veneza, Roma, Beira e Maputo, os resultados do projeto “UR-Beira: fortalecimento dos serviços de emergências médicas na cidade de Beira”, realizado pela Região do Vêneto em colaboração com Médicos com África CUAMM e financiado pela Agência Italiana de Cooperação para o Desenvolvimento.

    Três anos após o início, o balanço desta primeira fase é muito positivo, resultado da colaboração com autoridades e parceiros locais, incluindo o Serviço Distrital de Saúde da cidade da Beira, o Serviço de Emergência Médica de Moçambique, o Hospital Central de Beira, a Universidade Ca’ Foscari de Veneza e a P.O. Croce Verde de Pádua.

    Durante quase três anos de funcionamento do serviço, foram realizados cerca de 25.000 transportes por 4 ambulâncias que conectam 17 centros de saúde do Distrito da Beira ao Hospital Central de Beira. O serviço, disponível 24 horas por dia conta com 36 profissionais, entre motoristas e enfermeiros, além de 8 operadores da central de atendimento, responsáveis por coordenar as chamadas e facilitar a organização do serviço.

    Abrindo o evento de encerramento, Luigi Zanin, diretor da Unidade de Cooperação Internacional da Região do Vêneto, destacou: «No plano trienal da Região do Vêneto, queremos priorizar e apoiar iniciativas que valorizem a expertise e a profissionalidade da nossa região, promovendo boas práticas e inovação. Este projeto realizado em Beira é um exemplo disso. Meu agradecimento vai a todos os parceiros, ao Dr. Rosi, do Suem, às autoridades locais que nos acolheram com grande atenção e, sobretudo, ao Cuamm, que tornou esta intervenção possível e funcional».

    Paolo Rosi, diretor do Departamento Regional Suem, reiterou: «Recebemos uma grande acolhida das autoridades e da população local, e encontramos no campo profissionais reativos e abertos, ávidos por aprender e entender como fazer este serviço funcionar para sua comunidade. Da nossa parte, há total disponibilidade para continuar e ampliar a intervenção».

    Giovanni Putoto, responsável pela Programação e Pesquisa Operacional da Médicos com África Cuamm, declarou: «Gostaria de lembrar que esta intervenção surgiu em um momento de grande dificuldade para Beira e Moçambique. Era 2019, o ciclone Idai havia devastado 90% da cidade de Beira, incluindo grande parte do hospital. Não havia ambulâncias, nem enfermeiros. Como Cuamm, juntamente com as autoridades locais, demos uma resposta inicial à emergência de saúde e, posteriormente, graças ao apoio da AICS, ao envolvimento da Região do Vêneto e de muitos outros parceiros, conseguimos transformar uma emergência no desenvolvimento de uma resposta eficiente e eficaz, especialmente para emergências obstétricas, como demonstram os dados que apresentamos hoje. Nossa esperança, como Cuamm, é poder expandir este serviço para outras áreas do país».

    De Beira, Marcello Mazzotta, chefe do projeto do Cuamm, detalhou os resultados: «Os transportes abrangem principalmente emergências obstétricas e neonatais, mas não apenas. Desde o inicio do projecto, em fevereiro de 2022, realizamos cerca de 25.000 transportes. Uma média de 750 transportes por mês, dos quais 38% para emergências obstétricas, 24% para emergências neonatais/pediátricas, 28% para emergências médicas e 10% para emergências cirúrgicas».

    Os retornos e os elogios das contrapartes locais foram muito positivos, tanto em Beira, onde Sonia Ana Mudengue – diretora do Serviço Distrital de Saúde, Mulher e Acção Social da Beira, tem reafirmado seu agradecimento por este serviço fundamental que reduziu significativamente as mortes maternas e neonatais, quanto na capital, onde Ezio Massinga, diretor do Serviço de Emergências Médicas de Moçambique em colegamento de Maputo tem affirmado: «Como parceiros do projeto, estamos felizes por nos encontrarmos hoje aqui com parceiros italianos e colegas de Beira. Gostaríamos de expressar nossa gratidão; este projeto tem, sem dúvida, um impacto real e tangível, sendo um sonho que perseguimos por muito tempo. A experiência de Beira nos permite demonstrar que este serviço pode ser ampliado para melhorar os serviços de saúde extra-hospitalares».

    O envolvimento de parceiros, como a Universidade Ca’ Foscari de Veneza, agrega ainda mais valor à iniciativa. Francesco Rullani, representante da Venice School of Management de Ca’ Foscari, declarou: «Ca’ Foscari acreditou muito neste projeto, pois ele representa o início de novos e significativos networks de relações. Avaliamos a qualidade e a eficiência do serviço e constatamos que a central operacional aumentou em seis vezes a precisão dos transportes em relação ao trabalho anterior e reduziu em 3 minutos o tempo de transferência por paciente. Além disso, o custo do transporte foi mantido bem abaixo do padrão internacional, ficando em pouco menos de 30 euros! Um resultado excelente».

    Parceiros como a Croce Verde de Pádua e a Associação para o Apoio às Crianças Moçambicanas (Asem) desempenharam um papel essencial. Matteo Maso, da Croce Verde de Pádua, afirmou: «Formamos 17 motoristas, focando em temas como condução segura, impactos da condução nos pacientes, posicionamento correto do paciente na maca e primeiros socorros».

     

    Giovanni Poletti, da Asem, explicou: «As atividades de formação e sensibilização realizadas no ano passado em Beira tiveram como objetivo apoiar as autoridades locais. Formamos técnicos de saúde e estudantes em técnicas de primeiros socorros e conscientizamos a comunidade de Beira sobre prevenção e redução de riscos de desastres e epidemias. Agradecemos a todos os parceiros, órgãos governamentais e técnicos moçambicanos, o Instituto Nacional de Gestão de Desastres e, principalmente, os voluntários das Comunidades Locais para Gestão de Risco de Calamidades».

    Foi a Grazia Sgarra, dirigente da Agência Italiana de Cooperação para o Desenvolvimento que encerrou o evento com uma mensagem bem clara: «a cooperação não se pode facer de forma improvisada. O projeto ‘UR-Beira’ é uma boa prática porque inclui uma estrutura dedicada à cooperação para o desenvolvimento e conta com a liderança da Região do Vêneto, capaz de construir parcerias reais, escolhendo parceiros de excelência como o CUAMM e a Universidade Ca’ Foscari. Agora, o desafio é garantir a sustentabilidade a médio e longo prazo, e nós, como Agência, estamos abertos a reflexões nesse sentido».

    O distrito da cidade de Beira, na província de Sofala, apresenta elevados índices de mortalidade devido a emergências, muitas vezes causadas pela falta de recursos e pela insuficiente capacitação na utilização do sistema de triagem. Hoje, 92% dos transportes realizados nestes quase 3 anos têm origem em 8 centros de saúde periféricos. Com esta intervenção, já é possível oferecer respostas concretas às necessidades do território.

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