Cuamm Português

A saúde é um direito, a luta contra a respeitar é um dever

O CICLONE FREDDY ASSOLA QUELIMANE, MOÇAMBIQUE

O Ciclone Tropical Freddy assolou Moçambique a 12 de Março com a cidade de Quelimane e a província de Zambézia a sofrer o maior impacto. O conto de Chiara de Quelimane.

Share this content:
Be Sociable, Share!

«Parecia sem fim, uma noite interminável, fiquei sempre acordada com as orelhas furadas e sem fôlego, a espreitar pela janela, o pouco que pude ver. O som de fundo era aquelo de vidros a se-quebrarem, rajadas, chapas arrancadas que são os telhados mais comuns. Eu tive sorte, a minha abitação fica no segundo andar de um edifício composto de três e por isso estava bastante segura pois a água não passava pelo telhado nem através do chão. Contudo, aquela noite parecia verdadeiramente interminável, sobretudo porque a electricidade desligou-se então estavamos completamente isolados pelo resto do mundo e eu estava sozinha».

Chiara Picelli, administradora Cuamm, està tranquila agora, embora ela afirme que no curso dos onze anos que ela viviu em África, nunca tem vivido uma experiência desse típo. Muitas horas se passaram com medo à espera que a tempestade terminasse pronto. Jà se passaram alguns dias da passagem da tempestade Freddy que assolou Moçambique, em particular afectando a cidade de Quelimane e os distritos adjacentes com ventos de 148 Km/h, as autoridades jà começaram avaliar os danos. Mais de 200.000 pessoas foram afectadas pela tempestade, mais de 18.000 casas destruídas, 37.200 deslocados refugiados em 55 centros de evacuação, 29 dos quais na cidade de Quelimane. Mais de 191.562 hectares de terras agrícolas afectados pelas inundações; 50 centros de saúde prejudicados e 53 óbitos nas províncias de Zambesia, Sofala, Nampula e Manica. Um ciclone que jà è caso de estudo entre os especialistas sendo o primeiro a atingir a mesma área geográfica duas vezes e durante o período mais longo jamais registado na história dos ciclones. Partindo no início de Fevereiro no sudeste do Oceano Índico, desnatou a Maurícia e atingiu pela primeira vez Madagáscar e Moçambique entre 20 e 24 de Fevereiro. Regressando ao Oceano Índico, inverteu depois o seu curso e bateu novamente no Malawi e em Moçambique.

«Muitas casas foram destruídas e agora ficam sem chapa, o telhado da Catedral foi também arrancado pelos fortes ventos assim como muitos centros de saúde que suspenderam os serviços – diz Chiara. Muitos colegas moçambicanos sufreram danos graves e ainda ficam sem água nem electricidade pois tanto o vento como a chuva destruiram as ligações. Muitas árvores foram abatidas, mesmo perto do nosso escritório. Felizmente conseguimos cobrir as janelas com painéis de madeira e isto protegeu-nos. O centro de saúde em Mocuba, onde como Cuamm temos projetos em curso, está completamente isolado, não podemos alcançá-lo porque a estrada e a ponte ainda estão inundadas».

Cuamm jà està a tentar apoiar as autoridades sanitárias na resposta às primeiras necessidades, começando mesmo com o fornecimento de alimentos. E enquanto os primeiros casos de cólera começam a ocorrer, começou a chover novamente em Quelimane.

Junte-se a nós

Junte-se aos nossos esforços

Presentes de solidariedade

Ir para o site italiano para
escolher o seu gadget.