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A saúde é um direito, a luta contra a respeitar é um dever

DNT EVENTO DE LANÇAMENTO EM MAPUTO

CUAMM renova seu compromisso no controle e na prevenção de doenças não transmissíveis em Moçambique e expande o apoio para 20 instalações de saúde em três províncias.

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A cerimónia de lançamento do projeto “Prevenção e Controle de Doenças Não Transmissíveis” verificou-se hoje 6 de Maio em Maputo contando com a presença do Ministro da Saúde Armindo Thiago, o Embaixador da Itália Gianni Bardini, os representantes da Agência Italiana de Cooperação para Desenvolvimento – AICS, bem como representantes da CUAMM e parceiros do projeto: Comunidade Sant’Egidio e Aifo.

«Apesar do impacto na saúde das pessoas, especialmente das pessoas com deficiência, as DNTs lutam para receber a atenção adequada da sociedade civil. Por esse motivo, agora incluímos no programa uma atenção particular ao grupo mais vulnerável da população», disse Gianni Bardini – Embaixador de Itália em Moçambique, que posteriormente aproveitou a oportunidade para mencionar os parceiros envolvidos: «As ONGs são um valor agregado ao programa: as três com as quais estamos trabalhando têm experiência comprovada no setor da saúde. Acreditamos que o programa pode ser bem-sucedido e altamente eficaz para a saúde do país».

O programa, financiado pela Agência Italiana para a Cooperação para o Desenvolvimento – AICS e implementado pelos Médicos com África Cuamm em colaboração com a Comunidade de Sant’Egidio e a Aifo, tem como objetivo contribuir para a redução da morbidade, incapacidade e mortalidade das principais doenças não transmissíveis em Moçambique, com especial atenção às pessoas com deficiência. A intervenção, que visa à continuidade e consolidação dos bons resultados já alcançados nos quatro anos anteriores em 14 estruturas, vai agora alcançar 20 unidades de saúde localizadas em três províncias do país: Maputo, Sofala e Zambézia reforçando assim o compromisso anterior. Entre as unidades contam-se: instalações de primeiro e segundo nível e três hospitais que se-figuram como centro de referência para pacientes com deficiência (1 por província selecionada). O projecto abrange diversas áreas, incluindo sensibilização e atividades de triagem entre a população em risco, fornecimento de equipamentos, materiais e medicamentos e, acima de tudo, formação de pessoal de saúde e apoio ao Ministério da Saúde. Baseado em estudos que destacam a crescente prevalência de doenças não transmissíveis, o projecto visa fortalecer a capacidade de prevenção e tratamento dessas enfermidades. Além das acções já implementadas, o projecto traz uma novidade crucial: a sensibilização sobre a relação entre doenças não transmissíveis e deficiência, buscando facilitar o acesso a serviços e tratamentos adequados.

As DNTs estão atualmente entre as principais causas de morte em todo o mundo: doenças cardiovasculares e respiratórias, câncer e diabetes cada ano matam 41 milhões de pessoas em todo o mundo. Sua prevalência está aumentando simultaneamente na África subsaariana: de acordo com estimas recentes, até 2030 a incidência de doenças não transmissíveis ultrapassará a de doenças transmissíveis devido a fatores de risco como hábitos alimentares inadequados, poluição do ar e baixa atividade física.

«Os fatores de risco e hábitos não saudáveis são fundamentais na incidência de DCNTs, por isso é crucial promover bons hábitos e um estilo de vida saudável, bem como garantir o acesso a serviços de saúde de qualidade. O ônus das DCNTs é atualmente uma questão de saúde global em Moçambique e, portanto, deve ser abordado tanto por indivíduos quanto pela sociedade civil como um todo», disse Armindo Thiago – Ministro da Saúde da República de Moçambique.

Estimativas de 2015 mostram que em Moçambique, a carga global de doenças (Carga Global de Doenças) ainda é principalmente determinada por doenças transmissíveis (DTs), no entanto, as DNTs representam mais de 1/3 da carga global de doenças no país. Segundo essas estimativas, as doenças cardiovasculares no país estão se tornando causas cada vez mais comuns de morte, seguindo as maiores: HIV, malária, TB e complicações neonatais. O Programa Nacional de Controle de Doenças Não Transmissíveis atribuiu, em seu plano estratégico atual, prioridade máxima ao controle dos fatores de risco para doenças crônicas, especialmente hipertensão, diabetes e câncer, considerando-as problemas de saúde pública em Moçambique devido à sua alta prevalência e altas taxas de mortalidade.

Hoje, dentro do Sistema Nacional de Saúde (SNS), organizado em quatro níveis de cuidado, há poucas atividades estruturadas no âmbito da gerência de DNTs, com uma fraqueza significativa especialmente no nível primário. Ao mesmo tempo, a fraqueza do sistema de informação em saúde (SIS-MA), que luta para coletar dados de rotina sobre DNTs, dificulta o planejamento baseado em evidências e a eficiência na gestão de recursos. Entre as principais barreiras na resposta às DNTs está também a profunda falta de conscientização entre a comunidade e os profissionais de saúde sobre a importância epidemiológica da hipertensão e diabetes. Alusivamente às dificuldades atuais, o Ministro Thiago convidou a aceitar o desafio de digitalizar o sistema de informação de saúde nacional:

«É hora da política de saúde ser orientada por resultados baseados em evidências. Digitalizar o sistema de saúde e abandonar o papel tradicional é uma prioridade para nós. O programa facilitará o acesso e melhorará a qualidade dos cuidados de saúde, no entanto todos são convidados a participar. Além disso, queremos que isso não seja apenas um projeto, mas um programa de longo prazo com impacto sustentável. Portanto, agradecemos à AICS e ao Embaixador Italiano por reconhecerem a saúde como uma prioridade, juntos continuaremos trabalhando pela saúde de Moçambique”.

 

 

 

 

 

 

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